Vai Alta a Noite

Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências – Rm 13.12 a 14 

 

INTRODUÇÃO:

O Contexto do Texto:

Em sua carta aos Romanos, Paulo se dirige a uma comunidade mista de cristãos judeus e gentílicos. É certo, contudo, que os gentios constituíam maioria grande o suficiente para justificar o fato de Paulo incluir a igreja de Roma dentro da área de atividade daqueles gentios para quem seu apostolado estava especialmente voltado.

  • Roma:

Situada às margens do rio Tibre, na península Itálica, Roma era a principal e maior cidade do Império e, apesar de estar situada na parte ocidental do Império Romano, mantinha ligações íntimas com as áreas mais remotas do seu domínio. No século I, Roma era a figura dominante em todas as questões imperiais: políticas, sociais, militares, comerciais e religiosas. A cidade também era muito rica e contava, na época da escrita da epístola, com mais de 1.500.000 habitantes, dos quais aproximadamente 800.000 eram escravos. Embora, neste período, o latim fosse a língua oficial, a língua comumente falada, a língua “universal” utilizada em Roma e no império, era o grego. (HALE, 1986, p. 205-206)

A vida social em Roma era fervilhante, sendo que o cidadão romano das classes mais altas fazia visitas e era visitado frequentemente. Sua conduta moral, entretanto, não era das mais recomendáveis, pois eram comuns as reuniões nos passeios públicos para se jogar dados ou xadrez, normalmente com apostas em dinheiro, demonstrando a avareza e o valor exagerado que o povo romano dava ao dinheiro fácil e ao acúmulo de riquezas. Pouco antes da refeição principal os banhos públicos reuniam milhares de pessoas em suas salas altas e espaçosas. Existem abundantes evidências históricas de uma imoralidade terrível reinante nesses ambientes, onde imperava o homossexualismo, as orgias e todo tipo de perversão moral. A respeito da conduta moral do cidadão romano, TENNEY afirma:

… todas as condições sobreviventes de história, literatura, drama, arte, mostram um padrão de moralidade mais baixo do que o nosso. A tremenda acusação de Rm 1.18 a 3.20 foi originalmente dirigida conta todo o império e todo testemunho de que dispomos confirma sua exatidão. A decadência moral não significa que não houvesse pessoas razoavelmente decentes ou que a virtude estivesse completamente extinta. O que significa é que a diretriz prevalecente na sociedade é a de descer para a indulgência e para a desordem. A vida humana era tida em pouca conta e, portanto, eram frequentes os assassinatos. O divórcio conseguia-se facilmente e era bem recebido na ‘sociedade’. O enjeitamento de criancinhas recém-nascidas era uma prática comum (…) em Roma predominavam as superstições e falsidades de toda natureza. (1972, p. 88)

  • A comunidade cristã em Roma:

A igreja de Roma já existia por algum tempo quando Paulo escreveu a epístola que tem seu nome (Rm 1.8, 10, 12, 13 e 15.23). Entretanto, as datas e circunstâncias da origem e organização da igreja não podem ser determinadas com precisão. Algumas tradições tentam vincular Pedro e Paulo à origem daquela igreja, mas essas tradições não podem ser aceitas pelos seguintes motivos: a) Pedro ainda se encontrava em Jerusalém no tempo da conferência referida em Gl 2.1-10, conforme também At 11.27.  Como os primórdios da igreja em Roma parecem remontar a datas anteriores a esta, é altamente improvável que Simão Pedro tenha tido qualquer participação pessoal na fundação desta igreja; b) Paulo nos dá a impressão que a fundação desta igreja se deu muito antes de sua visita (Rm 15.23). Em parte alguma o apóstolo dá a entender que a fundação desta igreja tenha sido realização sua; c) Apesar de Clemente (c. 95 d.C.) ligar ambos os apóstolos a Roma, ele o faz apenas no que diz respeito ao martírio deles, e não à fundação da igreja naquela cidade.  (CHAMPLIN, 1997, Vol. 5, p. 729)

A Realidade na Perspectiva Grega:

Roma assimilou a cosmovisão grega. Para os gregos a realidade era claramente distinta possuindo duas partes:

  1. A parte supralunar – Necessária e Imutável
  2. A parte sublunar – Mutável

Os deuses e os astro faziam parte da parte supralunar e a vida humana se dava na parte sublunar onde tudo está num devir contínuo.

 

OS DOIS MODOS DE VIDA:

  • MODO DIONISÍACO – A VIDA DESREGRADA DOS MORADORES DE ROMA:

O modo dionisíaco de viver é relacionado ao deus grego Dionísio (também conhecido como Baco) e se refere a um modo de vida regrado pela natureza (physis) inferior – os impulsos e desejos das partes mais baixas – ou seja, os desejos relacionados às vísceras e impulsos sexuais.

A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia – Rm 1.18 a 31

A respeito do modo dionisíaco de viver Paulo dá seu veredicto:

Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem – Rm 1.32

  • MODO APOLÍNEO – A VIDA REGRADA DOS MESTRES ESTÓICOS:

Derivado do nome do deus grego Apolo, esse modo de vida se refere ao modo regrado pela razão (logos). Esse modo de vida prima pelos valores e reflexões da mente sobre a realidade e suas implicações decorrentes. Os filósofos gregos (Sócrates, Platão e Aristóteles, bem como os mestres estóicos) preferiam e prescreviam esse modo de vida como o mais propício para conduzir o agente moral à felicidade (Eudaimonia) que é, segundo eles, a finalidade última da vida humana.

Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas. Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade contra os que praticam tais coisas. Tu, ó homem, que condenas os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus? Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento: a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade; mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça. Tribulação e angústia virão sobre a alma de qualquer homem que faz o mal, ao judeu primeiro e também ao grego; glória, porém, e honra, e paz a todo aquele que pratica o bem, ao judeu primeiro e também ao grego – Rm 2.1 a 10

A respeito do modo apolíneo de viver Paulo diz que ele é insuficiente porque embora prescreva como o agente moral deve viver, a razão humana é incapaz de dar ao agente moral as condições necessárias para viver do modo correto.

A razão pode dizer ao agente moral como é, e como deve ser a vida virtuosa, mas não pode conceder poder (dynamis) ao agente moral de viver como deve viver.

O saber (nous) nada move… – Aristóteles

 

O MODO CRISTÃO DE VIVER:

O modo cristão de viver procede do Evangelho.

Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé – Rm 1.16 e 17

  • O Evangelho é o poder de Deus – O termo grego dynamis implica em poder de fazer, de realizar o que se diz que faz. Assim o Evangelho tem a eficácia necessária para salvar tanto judeus como gentios.

A palavra dynamis sugere a capacidade inerente de alguma pessoa ou coisa para realizar algo, seja físico, espiritual, militar ou político. Denota, outrossim, a expressão geralmente espontânea de tal dynamis. […] Paulo enfatiza ainda mais a experiência no presente da revelação do poder de Deus, entendido principalmente em termos do poder que ressuscita os mortos nos últimos dias, e da nova criatividade do Espírito Santo. […] O evangelho é eficaz como o poder de Deus que traz a salvação, parcialmente porque o pregador fala com o poder de Cristo (2Tm 1.8 e 9; 4.17), mas sobretudo porque, como Palavra de Deus, concede a salvação a todos os homens (Rm l.16; 1Co 1.18). Anuncia o amor de Deus, a quem os homens temem como Juiz para a condenação do mundo, amor que foi visivelmente comprovado na cruz, onde Cristo morreu por nós, enquanto ainda éramos pecadores (Rem 5.8). O próprio evangelho como boa nova da reconciliação, fica sendo, ele próprio, o poder que cria a liberdade e a salvação quando é reconhecido e aceito como tal, pela fé (Rm 1.16). O crente vê, através do evangelho, que as promessas que foram dadas no AT já entraram em vigor; e descobre na profecia vetero-testamentária o evangelho de Deus, previamente anunciado (Rm 1.2). (Brown, Vol. 2, p. 1691-1694)

Para a salvação de todo aquele que crê – O verbo grego sozein refere-se ao ato de livrar, curar, restaurar, libertar, preservar e manter em segurança.

  • O Evangelho diverge do modo dionisíaco:

Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós – Rm 8.5 a 9a

  • O Evangelho transcende o modo apolíneo:

Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus – Rm 3.21 a 26

Também:

Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado […] Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.  – Rm 7.22 a 25 e 8.1 a 4

Brown afirma:

O homem natural não tem a capacidade de agradar a Deus, nem de cumprir a Lei (Rm 8.7 e 8; Gl 3.21). Na sua fraqueza, chega a ter experiência da Lei como poder que o desvia para o pecado (1Co 15.56). O crente, do outro lado, como seu Senhor Ressurreto, vive no poder de Deus e de Cristo (2Co 6.7; 13.3 e 4; Ef 1.19). Não é a obediência à Lei, mas, sim, o amor de Cristo, manifestado em poder, que o protege de todos os poderes cósmicos (Rm 8.38 e 39). O reino de Deus se experimenta em poder, em forte contraste com as meras palavras (1Co 4.19 e 20) e a piedade meramente externa (2Tm 3.4). (Vol. 2, p. 1695)

 

TOMA E LÊ – AGOSTINHO

Agostinho em sua obra clássica Confissões narra sua jornada de Tagaste a Roma. Nessa caminhada ele fala de seu passado dionisíaco e apolíneo. Em sua infância, adolescência e juventude Agostinho viveu desregradamente, viveu dionisiacamente. Tendo contato com a filosofia maniqueísta ele procurou viver de modo apolíneo. Mas, ficou igualmente decepcionado com os dois modos de vida. Então o Evangelho de Cristo o alcançou:

De repente ouvi a voz de uma criança que cantava: “toma e lê!, toma e lê!” Entendi que era Deus quem me convidava a abrir a Bíblia que segurava entre as mãos. Apressei-me a ler o texto que tinha diante de meus olhos: “Nada de rixas e ciúmes, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo”. (Trecho extraído de Confissões de Agostinho)

Um ano mais tarde, na Vigília Pascal da noite de 24 para 25 de abril de 387 AD, Aurélio Agostinho foi batizado na Catedral de Milão pelo bispo Ambrósio. Foram batizados também seu filho Adeodato e o fiel amigo Alípio.

Fomos batizados e todo o medo da vida que tivemos até então deixou de existir em nós. (Idem)

 

  • SANTIDADE – ESFERA PESSOAL

Alguns fatos:

Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado – Rm 6.1 a 7

Três Verbos:

Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça – Rm 6.11 a 13

  1. Considerem-se mortos para o pecado e vivos para Deus
  2. Não deixem o pecado reinar…
  3. Apresentem-se a Deus.

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus – Rm 12.1 e 2

Essas exortações sintetizam a forma como o discípulo de Jesus deve viver sua vida pessoal.

 

  • AMOR FRATERNAL – ESFERA COMUNAL

O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor; regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes; compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade; abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos. Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem – Rm 12.9 a 21

Três Atitudes:

  1. Amor Sincero
  2. Empatia
  3. Perdão Irrestrito

Essas exortações sintetizam a forma como o discípulo de Jesus deve se relacionar na comunidade da fé.

 

  • CIDADANIA EXEMPLAR – ESFERA SOCIAL

Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência. Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra – Rm 13.1 a 7

Três Considerações:

  1. Deus é a Fonte de Toda Autoridade – Sujeitem-se a Deus
  2. Toda Autoridade Deve ser Exercida Visando o Bem Comum
  3. A Justiça é o Maior de Todos os Bens da Sociedade – Deus é Vingador

Essas exortações sintetizam a forma como o discípulo de Jesus deve se relacionar na sociedade.

 

CONCLUSÃO:

Vai alta a noite, o dia está raiando.

Jesus Cristo em breve virá e levará para si aqueles que foram comprados por seu sangue e que neste mundo viveram como cidadãos celestiais.

C. S. Lewis afirmou:

Em relação ao Céu, o cristão está numa posição muito semelhante ao jovem estudante. Aqueles que alcançaram a vida eterna na visão de Deus sabem muito bem, sem sombra de dúvida, que isso não é o resultado de mero suborno, mas a própria consumação de seu discipulado terreno. Todavia, nós que ainda não a alcançamos não podemos saber disso da mesma maneira, nem mesmo podemos começar a saber disso de alguma forma, exceto ao continuarmos a obedecer e ao encontrarmos a primeira recompensa de nossa obediência em nosso poder gradativo de desejar a recompensa definitiva. Na proporção em que cresce o desejo, nosso temor, a não ser que seja um desejo mercenário, vai diminuindo e se mostrará, finalmente, um absurdo. Mas, para a maioria de nós, isso provavelmente não acontecerá no espaço de um dia; a poesia substitui a gramática, o evangelho substitui a lei, o anseio transforma a obediência, de modo tão gradual quanto a maré desencalha um navio. (O Assunto do Céu)

 

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