Filhos da Luz e Filhos do Dia

Paulo aos cristãos de Éfeso:

  • Outrora éreis trevas… – Ef 5.8
  • Vede prudentemente como andais… – Ef 5.15
  • A vocação celestial consiste em viver em unidade, amor, sabedoria, piedade e santidade.

Paulo aos cristãos de Roma:

  • Há dois modos de vida em voga na sociedade romana: 1) O modo dionisíaco; 2) o modo apolíneo.
  • Porém, o evangelho, que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê – Rm 1.16 e 17 – é a terceira via.
  • A vocação celestial é uma “novidade de vida” – uma vida de vitória sobre o pecado.
  • Saber, considerar-se morto para o pecado e vivo para Deus e apresentar-se a Deus como um sacrifício vivo, santo e agradável é a essência da vocação celestial.

 

TEXTO:

Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas. Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios. Ora, os que dormem dormem de noite, e os que se embriagam é de noite que se embriagam. Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação; porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele – 1Ts 5.4 a 10

 

INTRODUÇÃO:

O Contexto do Texto:

Quando a equipe missionária de Paulo, Silvano e Timóteo foi obrigada a sair da primeira igreja de Deus no continente europeu, de Filipos, ela não recuou, decepcionada e desencorajada, porém avançou para Oeste. O próprio grupo viu nesse passo a dádiva da franca ousadia que Deus lhe havia concedido de forma maravilhosa (1Ts 2.2). Atos dos Apóstolos informa que na ocasião eles “peregrinaram” pelas cidades de Anfípolis e Apolônia (At 17.1). Uma comparação com Lc 8.1 demonstra que isso não foi necessariamente uma viagem sem paradas nem pregações. Certamente não chegaram a ponto de realmente fundar igrejas. Mas quando os tessalonicences demonstram amor a “todos os irmãos em toda a Macedônia” (1Ts 4.10), não se pode imaginar apenas Filipos e Beréia. Em muitos lugares da província devem ter existido cristãos isolados e grupinhos de cristãos, que demandavam cuidado especial e que de fato o obtiveram. A narrativa de Lucas, em geral tão parcimoniosa, deve ter tido alguma razão para citar Anfípolis e Apolônia. Em seguida a equipe chegou a Tessalônica. (DE BOOR, Carta aos Tessalonicenses – Comentário Esperança)

 

TESSALÔNICA:

Tessalônica não era um grande centro como Éfeso, muito menos uma metrópole como Roma. Porém, era uma cidade importante, a capital de uma província romana com administração própria e composta de cidadãos livres.

A cidade foi fundada pelo rei macedônio Cassandro, mais precisamente na região em que várias localidades menores foram colonizadas, entre as quais, sobretudo as termas (que podem ser traduzidas como “fontes quentes”), que haviam dado ao grande golfo vizinho o nome de “golfo das termas”. A nova cidade recebeu o nome de “Thessalonike”, provavelmente em honra à esposa do rei, irmã de Alexandre Magno. A forma atual do nome “Saloniki” ainda preserva o “k” na sílaba final: nike = “vitória”. Também nestas duas cartas os habitantes da cidade são chamados “tessalonicenses”. A nova cidade havia experimentado um bom desenvolvimento como cidade portuária e comercial, graças à localização favorável junto ao mar e à grande estrada imperial romana, a via Egnatia, que ligava Leste e Oeste, indo de Dirráquio a Bizâncio. Para as condições da época ela era uma “metrópole”. Depois de incorporar a Macedônia ao império, os romanos fizeram dela a capital da província e a sede do procônsul. Nesse processo, porém, a cidade preservou certa autonomia, tendo administração própria conduzida por um “politarco”, como At 17.6 também demonstra com bom conhecimento de causa. […] Se em At 17.1 for correto ler, apoiado em manuscritos de renome, o artigo definido antes de “sinagoga”, terá existido em Tessalônica até mesmo “a sinagoga” para toda a província. Da comunidade judaica de Tessalônica vem Aristarco, mencionado em At 19.29; 20.4; 27.2; Cl 4.10s como colaborador especial de Paulo. No mais, porém, surge rapidamente um conflito com os judeus: At 17.1-9. A narrativa de Atos dos Apóstolos, no entanto, não obriga a limitar a estadia de Paulo e seus colaboradores em Tessalônica a meras três ou quatro semanas. (DE BOOR, Carta aos Tessalonicenses – Comentário Esperança)

Nos dias de Paulo a cidade de Tessalônica tinha cerca de 200 mil habitantes. Havia nela uma comunidade judaica expressiva e bem atuante. O nome antigo da cidade era Termai – lit. termas. Era a capital da província da Macedônia e uma cidade turística e portuária. Heródoto a menciona em seus escritos 600 anos antes de Cristo.

Como toda cidade romana do século I, Tessalônica era uma cidade composta majoritariamente por praticantes da religião pagã. Dentre os muitos deuses cultuados pelos pagãos Dionísio tinha seu lugar de proeminência. As festividades realizadas em sua honra, as festas dionisíacas eram bem frequentadas e regadas a muito vinho e orgias sem nenhum recato ou pudor.

No mesmo espaço da sociedade pagã vivia uma comunidade cristã.

 

A COMUNIDADE CRISTÃ EM TESSALÔNICA:

Tendo passado por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio. Alguns deles foram persuadidos e unidos a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos piedosos e muitas distintas mulheres. Os judeus, porém, movidos de inveja, trazendo consigo alguns homens maus dentre a malandragem, ajuntando a turba, alvoroçaram a cidade e, assaltando a casa de Jasom, procuravam trazê-los para o meio do povo. Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui, os quais Jasom hospedou. Todos estes procedem contra os decretos de César, afirmando ser Jesus outro rei. Tanto a multidão como as autoridades ficaram agitadas ao ouvirem estas palavras; contudo, soltaram Jasom e os mais, após terem recebido deles a fiança estipulada – At 17.1 a 9

Paulo e seus companheiros não estiveram por muito tempo em Tessalônica. Apesar disso informaram a igreja exaustivamente e com precisão acerca das questões escatológicas. Tão central era a escatologia na evangelização! Por isso, quando se trata de falar sobre o “quando”, apela-se ao saber e discernimento próprios da igreja. Isso ocorre de tal forma que aqui se aponta para o caráter imprevisível e súbito dos acontecimentos, apesar do tópico “tempos e prazos”.

Pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o dia do Senhor vem como ladrão de noite – 1Ts 5.2

A segunda carta, porém, destaca, diante de conclusões fanáticas sobre esse “caráter repentino”, justamente os “tempos e prazos”, asseverando: “Porque ele não virá, antes que aconteça…”

A rigor toda a característica inesperada e repentina da história do fim vale realmente apenas para “os demais”, que passam pelo mundo e pela vida dormindo. Para eles o dia do Senhor de fato vem como o ladrão aos moradores desavisados e dormentes da casa. “Quando dizem: paz e segurança!, eis que lhes sobrevirá destruição como algo repentino.” (DE BOOR, Carta aos Tessalonicenses – Comentário Esperança)

 

UM FATO:

Toda exortação bíblica é feita tendo como base um fato:

Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas – 1Ts 5.4 e 5

A sociedade pagã é dita ser composta de filhos da desobediência e da ira de Deus:

…nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais – Ef 2.2 e 3

A sociedade pagã estava imersa em trevas:

Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. […] Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais participantes com eles. Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz ( porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade ), provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha. Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz – Ef 4.17 a 19 e 5.6 a 13

Jesus disse:

Enquanto tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz – Jo 12.36

Também:

Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa.  Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus – Mt 5.13 a 16

De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida – Jo 8.12

Ser filhos da luz e do dia é um contraste com a realidade pagã cujos praticantes são denominados nas Escrituras como filhos das trevas.

 

Implicações:

O modo de viver dos filhos da luz e do dia requer duas atitudes e quatro valores:

Duas atitudes: Vigilância e Sobriedade

Quatro Valores

  1. Solidariedade
  2. Piedade
  3. Santidade
  4. VIGILÂNCIA E SOBRIEDADE

 

De Boor comenta:

Por sermos filhos da luz e do dia e não pertencer à noite e às trevas, justamente por isso “não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios”. Sono e embriaguez pertencem à noite e só combinam com ela: “Ora, os que dormem, dormem de noite, e os que se embriagam é de noite que se embriagam.” Logo as pessoas de fato vivem nesse terrível mundo noturno. Ou fecham os olhos diante de todas as atrocidades, andando sonolentas e dormentes, até que o terrível despertar lhes sobrevenha tarde demais. Ou escapam para a “embriaguez”, seja de forma real, pelo álcool, seja para a embriaguez de suas ideias, visões de mundo, esperanças e alvos. No meio dos dormentes e embriagados da noite deste mundo está a igreja de Jesus, diferenciada deles com um nítido e límpido “Nós, porém”. “Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios…” É inevitável que as opiniões colidam duramente a esse respeito. O mundo considera os cristãos como sonhadores, entusiastas, contadores de lendas. Os cristãos, porém, sabem que eles são os únicos despertos e sóbrios por contarem com o Deus vivo e com o Senhor vindouro, enquanto todos os demais se devotam a sonhos fantasiosos ou – desesperam. (DE BOOR, Carta aos Tessalonicenses – Comentário Esperança)

Sobriedade – O substantivo nephô literalmente indica abstenção de bebida alcoólica; o verbo implica em estar sóbrio, ser discreto, estar vigilante e ter as faculdades física e mentais sob controle.

Assim, pois, não durmamos; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios. Ora, os que dormem, dormem de noite, e os que se embriagam é de noite que se embriagam – 1Ts 5.6 e 7

Jesus recomendou:

Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá. Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens. Mas, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu senhor demora-se, e passar a espancar os seus companheiros e a comer e beber com ébrios, virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não sabe e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes – Mt 24.42 a 51

Vigilância – O adjetivo grēgoreúō indica uma atitude estar alerta, ser cauteloso, ser precavido, estar e permanecer acordado, estar atento.

Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora – Mt 25.13

Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. […] Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca – Mt 26.38 e 41

Estai de sobreaviso, vigiai [e orai]; porque não sabeis quando será o tempo. […] Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; […] O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai! – Mc 13.33, 35 e 37

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca – Mc 14.38

Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem – Lc 21.36

 

FÉ E SOLIDARIEDADE

De Boor comenta:

É assim que os cristãos se encontram como “gente do dia” e “gente da luz” em meio ao mundo noturno. Nessa questão, pois, Tersteegen tem razão: “É perigoso estar neste terreno ermo.” Perigoso porque “nas trevas deste mundo dominam os espíritos debaixo do céu” (Ef 6.12). Por essa razão o cristão de fato carece da “armadura”, que precisamente por isso é descrita pela carta neste contexto: “como aqueles que se revestiram da couraça da fé e do amor e tomaram como capacete a esperança da salvação.” O mundo não ataca a igreja apenas com seu escárnio direto ou com perseguição. Toda a sua natureza noturna constitui um ataque incessante ao cristão. Toda vez que inspira, o hálito peçonhento do ar da noite se aproxima de seu coração, o hálito peçonhento da mentira, da injustiça, do egoísmo, do ódio, do medo e da avidez, do desprezo de Deus. É verdade, carecemos de sólida blindagem para não sermos perigosamente feridos! A trajetória do pequeno grupo de gente do dia pela noite não é nenhum passeio inofensivo. Mas também temos a couraça. Ela não é nem um pouco artificial ou especial, mas simplesmente a fé, que vive continuamente em Cristo e conta com ele, bem como o amor, que não nos permite acompanhar a natureza noturna nem pactuar com ela, mas que incansavelmente contrapõe ao ódio a bondade, à mentira a singeleza, à avidez a pureza, ao medo a paz. A cabeça, porém, precisa ser especialmente protegida. Para isso temos a esperança da salvação. Evidentemente isso não se refere à vaga “esperança” que todas as pessoas possuem. Não, quando o adversário tenta desferir o golpe decisivo contra a cabeça, então nós lhe contrapomos toda a certeza de nossa redenção, da redenção que já aconteceu no Calvário, e da salvação que em breve irromperá com nosso Senhor vindouro. Sendo pessoas assim redimidas, já não podemos nos sujeitar ao mundo nem nos deixar ferir mortalmente. (DE BOOR, Carta aos Tessalonicenses – Comentário Esperança)

FÉ:

Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação; porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele – 1Ts 5.8 a 10

Paulo disse aos efésios:

Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes – Ef 6.10 a 12

SOLIDARIEDADE:

Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros. Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos. Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre vós e para com todos – 1Ts 5.12 a 15

  1. Apreço e consideração pelos que servem na comunidade – Os pastores, presbíteros e diáconos devem ser considerados dignos de elevada estima na comunidade porque servem ao Senhor servindo sua igreja.
  2. Harmonia na comunidade – A unidade é uma condição fundamental para a existência e perpetuação de uma comunidade cristã.
  3. Admoestação aos insubmissos – O verbo nouthetein indica o ato de advertir, corrigir como um ato de disciplina, aconselhar, prevenir. Os insubmissos devem ser conscientizados a respeito dos danos que causa a si mesmo e à comunidade cristã.
  4. Consolo aos desanimados – Consolar na Bíblia significa falar ao coração, falar com carinho e afeto no intuito de fortalecer a fé daquele que se encontra desanimado pelas circunstâncias adversas.
  5. Amparo aos fracos – Sempre haverá na comunidade cristã aqueles que precisam ser fortalecidos em sua caminhada de fé. É normal que haja na comunidade pessoas que precisam ser reanimados, fortalecidos e consolados pelos que se encontram mais animados e firmes.
  6. Paciência para como todos – A paciência significa dar ao outro a possibilidade de errar e ser aceito e corrigido em amor pelos que são mais maduros na fé.
  7. Prática contínua do bem – O bem deve ser uma prática contínua na comunidade cristã. A comunidade cristã se destaca da sociedade pagão por praticar a fé cristã de forma ampla e consistente.

 

PIEDADE E SANTIDADE

Paulo finaliza sua carta exortando a comunidade cristã de Tessalônica no sentido de serem piedosos e santos.

PIEDADE:

Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. Não apagueis o Espírito. Não desprezeis as profecias;  julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal – 1Ts 5.16 a 22

  1. Alegria – A alegria é fruto do Espírito – Gl 5.22. A alegria paradoxal que se manifesta mais forte na medida em que as circunstâncias externas lhe são desfavoráveis.
  2. Oração – Oração é um privilégio e um dever, é o ar que a comunidade respira, é a resposta dos filhos ao falar do Pai.
  3. Gratidão – Há inúmeros motivos para sermos gratos a Deus. Por mais difícil que seja a caminhada cristã neste mundo hostil temos a promessa de que jamais seremos abandonados, Jesus Cristo estará conosco “até a consumação dos tempos” – Mt 28.20.
  4. Fervor espiritual – Para nos mantermos sempre alegres, em espírito de oração e gratidão devemos ser e permanecer “cheios do Espírito Santo” de Deus – Ef. 5.8.

SANTIDADE:

O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo – 1Ts 5.23

É Deus quem nos santifica por meio da ação graciosa e soberana do Espírito Santo:

Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito – 2Co 3.17 e 18

 

CONCLUSÃO:

  • A comunidade cristã e composta por filhos da luz, filhos do dia.
  • A comunidade cristã se destaca da sociedade por seus valores mais elevados.
  • As atitudes e os valores da comunidade cristã refletem o caráter daquele que nos chamou para vivermos aqui uma vocação celestial.
  • A comunidade cristã vive em atitude constante vigilância e sobriedade.
  • A comunidade cristã crê e vive a fé de modo prático vivendo intencionalmente em solidariedade.
  • A comunidade cristã deve se destacar da sociedade por sua consagração plena e irrestrita a Deus e seus propósitos com piedade e santidade.

Que Deus nos ajude.

Amém

 

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