DIP 2019 – Domingo da Igreja Perseguida

Depois, ameaçando-os mais ainda, os soltaram, não tendo achado como os castigar, por causa do povo, porque todos glorificavam a Deus pelo que acontecera. Ora, tinha mais de quarenta anos aquele em quem se operara essa cura milagrosa. Uma vez soltos, procuraram os irmãos e lhes contaram quantas coisas lhes haviam dito os principais sacerdotes e os anciãos. Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram; agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra, enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus. Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus – Atos 4.21a 31

 

INTRODUÇÃO E CONSIDERAÇÕES TEXTUAIS:

Pedro e João se dirigiam ao templo na hora da oração, às três da tarde – At 3.1. Um aleijado de nascença lhe pediu esmola. Pedro olhando para ele disse-lhe:

— Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande – verso 6.

O aleijado obedeceu à ordem de Pedro e pôs-se em pé “e começou a andar” – verso 8. Todos que viram isso “ficaram perplexos e muito admirados” – verso 10

Pedro, aproveitando a oportunidade anunciou a salvação em nome de Jesus Cristo – versos 11 a 26.

Os líderes religiosos, tendo tomado conhecimento dos fatos “ressentidos por ensinarem eles o povo e anunciarem, em Jesus, a ressurreição dentre os mortos; e os prenderam, recolhendo-os ao cárcere até ao dia seguinte” – At 4.1 a 3.

No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém as autoridades, os anciãos e os escribas com o sumo sacerdote Anás, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem do sumo sacerdote; e, pondo-os perante eles, os arguiram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto? – versos 5 a 7

Pedro, cheio do Espírito Santo confrontou as autoridades presentes e os advertiu que “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” – versos 8 a 12.

Diante da ousadia de Pedro eles ficaram confusos e consultaram entre si sobre o que deveriam fazer a respeito do ocorrido. Por fim, “para que não haja maior divulgação entre o povo” ameaçaram os discípulos o ordenaram que “absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus” – versos 13 a 18.

Pedro e João lhes responderam:

Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos– verso 19 e 20.

  1. Igreja que ora e prega o evangelho deve esperar milagres e perseguição.
  2. A verdadeira igreja de Cristo nunca persegue, ela é sempre a perseguida.
  3. Igreja que proclama o evangelho deve estar pronta a ser convocada para prestar contas perante os poderosos.
  4. A perseguição à igreja é uma questão de poder – At 3.7
  5. A resposta da igreja à perseguição é martírio.
  6. A igreja perseguida não ora pelo fim da perseguição, ela ora para permanecer firme em meio à perseguição – At 4.29 e 30
  7. Deus abala as estruturas políticas e religiosas quando uma igreja ora por maior ousadia para testemunhar do evangelho de Cristo – verso 31

 

A VERDADEIRA IGREJA DE CRISTO SEMPRE FOI PERSEGUIDA:

A perseguição tem acompanhado a história da igreja, intercalada por períodos de tolerância que eram seguidos por novos ataques, tanto por forças de fora quanto de dentro da igreja.

  1. Inicialmente por líderes da religião judaica
  2. Posteriormente pelo Império Romano
  3. Em seguida pelos Maometanos e pela cúpula da Igreja Romana
  4. Atualmente pelos governos totalitários de Direita e Esquerda
  5. A IGREJA DE CRISTO FOI PERSEGUIDA PELOS LÍDERES RELIGIOSOS JUDAICOS E PAGÃOS – 30 A 64 AD
    1. Jesus Cristo – Evangelhos
    2. Os Apóstolos – Atos 1 a 12
    3. De Antioquia a Roma – Atos 13 a 28
  6. A IGREJA DE CRISTO FOI PERSEGUIDA PELO IMPERIO ROMANO – 64 A 313 AD
    1. Sob Nero – 54 a 68 AD
    2. Sob Domiciano – 81 a 96 AD
    3. Sob Trajano e Marco Aurélio – 98 a 117 AD
    4. Sob Décio – 250 AD
    5. Nos últimos anos antes do Edito de Milão – Diocleciano e Galério – 284 a 311

Fonte: Luis Alberto De Boni, O ESTATUTO JURÍDICO DAS PERSEGUIÇÕES DOS CRISTÃOS NO IMPÉRIO ROMANO – Revista Transformação – vol. 37, 2014

Sugestão literária: As Catacumbas de Roma – Abraão de Almeida

 

  • A IGREJA DE CRISTO FOI PERSEGUIDA NO AVANÇO ISLÂMICO E PELA CÚPULA DA IGREJA IMPERIAL ROMANA – 610 A 1648 AD

O historiador norte-americano Kenneth Latourette (1884-1968) chamou o período entre 500 d.C. e 1500 d.C. de “os mil anos de incerteza”. Durante esses dez séculos, o cristianismo enfrentou dois inimigos poderosos e ameaçadores que trariam dor e sofrimento a muitos. A luta era contra os bárbaros e o islamismo.

Para as igrejas que sobreviveram, as consequências das conquistas muçulmanas foram treze séculos de escravidão, a redução dos cristãos à condição de cidadãos de segunda categoria, a humilhação e a perseguição institucionalizada. Ser cristão e viver sob domínio islâmico naquela época significava ter de pagar uma taxa per capita e ver os filhos serem levados pelo imperador árabe.

  1. Maomé, o profeta de Alá – Crepúsculo da Igreja Oriental
  2. Sob o domínio da igreja imperial – 800 AD em diante

O cristianismo havia acabado de alcançar os limites da Europa, no final do primeiro milênio, quando algo novo começou a agitar aquilo em que se havia transformado a igreja institucionalizada, com sede em Roma. Em vários lugares, pessoas insatisfeitas com a religião oficialmente estabelecida começaram a buscar uma nova espiritualidade. Esses movimentos acabariam levando à Reforma e a uma nova onda de perseguição que, nascida dentro da própria igreja, duraria quase 500 anos. Era o começo de uma luta que tornaria a perseguição parte da experiência cristã, como nos primeiros 300 anos de existência da igreja.

  1. As Cruzadas e o Avanço Islâmico
  2. Inquisições e Perseguições Locais
  3. As Guerras Intercristãs do Século XVI
  4. A Paz de Westfália (1648) e o fim da Guerra dos 30 anos

Sugestão Literária: O Livro dos Mártires – John Fox

 

  • A IGREJA DE CRISTO FOI PERSEGUIDA NA MEDIDA EM QUE ÍA AOS CONFINS DA TERRA – SÉCULOS XVI A XX
    1. REVOLUÇÃO FRANCESA – Revolução Política
    2. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – Revolução Econômica
    3. REVOLUÇÃO CRISTÃ MISSIONÁRIA – Revolução Religiosa
      1. ÍNDIA, CHINA, JAPÃO, OCEANIA
      2. ÁFRICA, AMÉRICA CENTRAL E DO SUL

Sugestão literária – Até os Confins da Terra – Ruth Tucker

 

  • A IGREJA DE CRISTO ESTÁ SENDO PERSEGUIDA EM PLENO SÉCULO XX e XXI

Cem anos de relativa paz acabaram de repente para a igreja nos primórdios do século 20. Apesar da alegação de alguns, não há certeza de que esse tenha sido o século em que os cristãos mais sofreram perseguições, mas dois fatores foram responsáveis pela grande onda de perseguição que ocorreu nele.

O primeiro foi o nascimento de uma nova doutrina ateísta – o comunismo – parecida com o cristianismo e o islamismo em sua visão de alcançar o mundo. Desde a Revolução Bolchevista de São Petersburgo, em 1917, a igreja foi a primeira a ser perseguida onde quer que o comunismo fincasse o pé. A rapidez de suas conquistas e o grau de opressão da igreja tornou sua violência comparável à atuação dos exércitos árabes do século 7.

O segundo fator foi o novo “nacionalismo” e o fim dos impérios coloniais a partir do término da Segunda Guerra Mundial. Quando as nações se libertaram da opressão colonial, colocaram uma nova ênfase em sua cultura e religião originais. As nações recém-libertas primeiro se voltaram para o marxismo como modelo econômico, o que provou ser um terrível erro. O imenso fracasso do socialismo em dar-lhes o crescimento econômico e a independência pela qual ansiavam e de que precisavam foi, por sua vez, campo propício para o surgimento do extremismo religioso. O cristianismo era visto como uma importação do Ocidente, e as igrejas implantadas pelos missionários eram consideradas herança indesejável do colonialismo.

  1. O MASSACRE ARMÊNIO – 1915 a 1923
    1. Perpetrado pelo Império Turco-Otomano
    2. Padres eram queimados e amarrados e cruzes
  2. A IGREJA SOB OS DITADORES
    1. HITLER
      1. O plano de Heinrich Himmler
      2. Dietrich Bonhoeffer e a Igreja Confessante
    2. LÊNIN E STALIM
      1. Holodomor – Ucrânia 1931 a 1933 – palavra ucraniana que quer dizer “deixar morrer de fome”, “morrer de inanição”. Cinco milhões morreram nesse período.
      2. Igreja estatal versus igreja subterrânea – Missões e organizações ocidentais que quisessem ter um ministério “oficial” nos países comunistas eram obrigadas a recitar a propaganda oficial.

Sugestão Literária: Torturado por Amor a Cristo – Richard Wurmbrand

Ivan, o Soldado de Cristo

  • MAO TSE TUNG – REVOLUÇÃO CULTURAL CHINESA – 1966 a 1976
    1. Igreja Estatal e Igreja nos Lares
    2. Ideologização Comunista

Sugestão literária – Contra a Maré – Watchman Nee

  1. FIDEL CASTRO – A REVOLUÇÃO CUBANA

Desde a tomada de Cuba pelo exército revolucionário liderado por Fidel Castro a relação do grupo com a Igreja foi marcada por constantes ameaças e cerceamento de direitos aos cidadãos cristãos vivendo sob um governo declaradamente ateu.

 

 

  • TENDÊNCIAS ATUAIS:

Cinco anos atrás, apenas a Coreia do Norte estava na categoria “extrema” por seu nível de perseguição aos cristãos. Na Lista Mundial da Perseguição 2019, como em 2018, 11 países pontuaram o suficiente para se adequar a essa categoria.

A partir de 2006, e acelerando a partir de 2012, a lista registrou mais perseguição aos cristãos em todo o mundo a cada ano. Em parte, esse relato tornou-se possível à medida que a tecnologia digital permitiu a comunicação global. A tecnologia também possibilitou um monitoramento governamental mais rigoroso de seus cidadãos.

  • Autoritarismo estatal: mais países acrescentam leis para controlar a religião

Desde 2002, a COREIA DO NORTE(1) ocupa o topo da Lista Mundial da Perseguição, porque é o regime autoritário mais sufocante do mundo, onde qualquer fé não colocada no líder supremo, Kim Jong-un, é um crime político. Mas a tendência é que o autoritarismo estatal aumente em muitas partes do mundo, apoiado pela tecnologia digital, que permite que os governos rastreiem cada vez mais através de reconhecimento facial, chips eletrônicos e assim por diante.

A tendência é mais claramente vista na CHINA(27), onde o novo Regulamento para Assuntos Religiosos entrou em vigor em 1º de fevereiro de 2018. Desde então, um enfoque na proibição de crianças e jovens de ouvirem ensinamentos religiosos forçou berçários e escolas dominicais a fecharem, acampamentos de verão foram proibidos e igrejas obrigadas a colocar cartazes na entrada proibindo a entrada de menores de 18 anos. […]

O autoritarismo estatal combina com o nacionalismo quando se trata de MIANMAR(18). Um líder cristão afirma que “durante as décadas de conflito armado, os extremistas transformaram a religião em uma ferramenta de opressão [étnica]”. Mais de 100 mil membros de uma tribo étnica de maioria cristã permanecem em campos de refugiados do outro lado da fronteira, na Tailândia. […]

  • Governos e sociedades ultranacionalistas, onde os cristãos minoritários são vistos como “alheios”

Em um número crescente de países, o nacionalismo está se intensificando em um ultranacionalismo que não só considera os grupos minoritários como uma ameaça, mas também emprega agressão para forçar as minorias a abandonar sua identidade ou mesmo a deixar o país. Onde os cristãos estão em minoria eles são cada vez mais atacados, tanto pelo governo quanto pela sociedade.

Muitas vezes as leis são elaboradas para consagrar uma agenda ultranacionalista crescente, como na ÍNDIA(10) onde, cada vez mais, o governo liderado pelo Partido do Povo Indiano (BJP, da sigla em inglês) promove uma agenda extremista hindu, onde, para ser indiano, é preciso ser hindu. Oito estados de 29 aprovaram leis “anticonversão”, que exigem, entre outras coisas, que qualquer pessoa que queira mudar de religião notifique as autoridades locais com um mês de antecedência e que as envie para uma entrevista do governo (dois estados não implementaram a lei). […]

Os países vizinhos, majoritariamente hindus e budistas, como NEPAL(32) e BUTÃO(33), também descobriram que os apelos à identidade religiosa nacional são uma fórmula poderosa para aumentar a própria posição de poder, especialmente em regiões rurais.

Na TURQUIA (26) o presidente Erdogan vem agitando sentimentos ultranacionalistas há algum tempo e isso tem causado mais dificuldades para os cristãos na Turquia, especialmente os evangélicos. No país, o cristianismo é visto como uma religião ocidental e os evangélicos, em particular, são considerados por muitos como tendo ligações com os EUA.

  • Propagação do islã radical do Oriente Médio através da África Subsaariana

A terceira tendência perceptível na Lista Mundial da Perseguição 2019 é que, enquanto os excessos violentos do Estado Islâmico e outros extremistas islâmicos desapareceram, principalmente, das manchetes do Oriente Médio, a perda de território significa que os combatentes se dispersaram para um número maior de países não somente na região, mas principalmente na África Subsaariana. Essa ideologia radical inspirou, ou infiltrou, numerosos grupos dissidentes como a Província do Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP, da sigla em inglês), um grupo que se separou do Boko Haram da Nigéria, e que também escraviza mulheres e meninas cristãs como parte de sua estratégia.

Desde 2017, extremistas islâmicos também ganharam força no Egito, Somália, Líbia, Iêmen e Península Arábica, onde continuam a recrutar e capturar bolsões de território.

No EGITO(16), que tem a maior população de cristãos (coptas) do Oriente Médio – estimada em cerca de 10% dos quase 100 milhões de habitantes – o Estado Islâmico no Sinai continuou a ameaçar “varrer” os coptas, alertando a comunidade com mortes de líderes locais respeitados, como médicos e veterinários. […]

Na SOMÁLIA(3), um grupo de mais de 200 membros filiados ao Estado Islâmico recrutou membros que fugiram do Iraque e da Síria, bem como ex-combatentes do Al-Shabaab, que também continua ativo. O grupo escolhe a Somália porque não há autoridade central: “Representa uma boa possibilidade de continuar sua busca por um estado islâmico ou, pelo menos, eles podem continuar sua ideologia sem obstáculos”, disse um líder cristão local. Embora possa haver apenas centenas de cristãos entre os 15 milhões de pessoas, o caráter intensamente tribal da sociedade somali também significa que qualquer muçulmano que se converter ao cristianismo será imediatamente identificado pela família e pelos amigos e corre o risco de morrer.

Como um estado “fracassado” sem governo unificado, a LÍBIA(4) continua a ser um ambiente mortal, principalmente para os migrantes africanos subsaarianos – muitos dos quais são cristãos – presos lá por controles migratórios europeus mais rigorosos. Fontes confiáveis ??(que devem permanecer anônimas) relatam que pelo menos 10 cristãos foram mortos apenas por sua fé, apesar de não receberem atenção da mídia – ao contrário dos 21 coptas decapitados em uma praia da Líbia em 2015.

O IÊMEN(8), no Oriente Médio, entre a África e a Ásia, é a nação mais pobre do mundo árabe, com cerca de 29 milhões de pessoas. É governado pela sharia, conjunto de leis islâmicas. A luta entre os rebeldes do Houthi, apoiados pelo Irã, e as forças do governo, apoiadas por uma coalizão liderada pelos sauditas, é uma guerra que permite que grupos extremistas islâmicos, como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda na Península Arábica, ganhem influência significativa. A maioria dos cristãos expatriados e migrantes foi embora, deixando uma pequena, mas crescente igreja de cristãos indígenas ex-muçulmanos. Especialistas dizem que a guerra não espalhou essa igreja como se esperava, e, com as condições agora quase de fome, esta igreja está servindo à sociedade, mas corre risco extremo.

A África Subsaariana representa um dos mais poderosos desafios de segurança do mundo, à medida que a fraca governança, a pobreza e o islamismo radical colidem cada vez mais. A instabilidade, a corrupção, a pobreza, o desemprego e a falta de governança alimentam a perseguição cristã, porque os Estados são ineficazes ou, às vezes, ativamente conspirados por causa de afiliações étnicas, tribais ou políticas. O efeito do consequente acúmulo de vulnerabilidades estruturais também é confirmado em padrões distintos de perseguição para homens e mulheres da região. […]

Quase 30 grupos islâmicos violentos são conhecidos por serem ativos na região: a maioria pratica a violência em mais de um país. Alguns deles continuam a manter trabalhadores humanitários expatriados cristãos como reféns no Mali, Burkina Faso e outros países. O Boko Haram, da Nigéria, mostra a fluidez da violência em toda Sahel e Bacia do Lago Chade, instigando ataques em quatro países. […] Enquanto o Boko Haram continua os ataques mortais – até mesmo matando os muçulmanos que trabalham para a Cruz Vermelha, desafiando assim as alegações do Exército nigeriano de que foi derrotado – a perseguição cristã não está no mesmo nível de intensidade do grupo islâmico do que nos últimos anos.

No entanto, nos 12 estados do norte da Nigéria, regidos pela sharia, os cristãos continuam a relatar a negação dos direitos, oportunidades, provisões e proteções concedidas aos muçulmanos – a que têm direito constitucional. As violações incluem dificuldade em acessar educação e negação de acesso a empregos em segurança e em muitos outros setores. […]

As milícias islâmicas “instrumentalizam” os conflitos existentes baseados na identidade para forjar alianças a fim de fortalecer sua base e ampliar os riscos que representam para a segurança global. Há sinais disso em vários países onde a perseguição aos cristãos já está em um nível “alto”. O que inclui a REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO(54), um conflito já complexo envolvendo numerosos fatores políticos e econômicos – BURKINA FASO(61) e norte de MOÇAMBIQUE(65).

FONTE: Missão Portas Abertas – https://www.portasabertas.org.br/– Acessado em 13/06/2019

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